segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

- Vinha no Comboio

Hoje, 19 de Janeiro de 2009, vinha do comboio para casa, quando à minha frente se sentam dois homens. Passados poucos segundos, eles começam a falar sobre o seu trabalho.

Fiquei a saber que ambos trabalham nas finanças. À minha frente, sentou-se o mais velho dos dois (um doutor), enquanto o outro, o mais novo, escutava com toda a atenção o que o seu "mestre" dizia. (escuso de dizer, que infelizmente devido ao tom de voz, também eu, ouvia tudo)

Vou ser suscinto e contar apenas as duas partes que mais me pareceram interesantes.

1º.parte:
- Diz o Doutor: Se os empresários, podem usar de criatividade quando apresentam as contas, porque não podemos nós fazer o mesmo. O governo estabeleceu-nos objectivos e a única coisa que interesa é apresentar bons resultados.

- Diz o "disciplo": Quantos milhões se conseguem, através dessa criatividade orçamental?

- Diz o Doutor: Milhões? Diz antes alguns mil milhões. O Fisco disse que recolheu cerca de 1.5 mil milhões de impostos a mais, daqueles que deviam ou fugiam. Na verdade foi mais, uns 1.3 mil milhões. E não foi só esta jogada que fizeram através da criatividade orçamental. Tudo somado, dá uns bons 3 mil milhões a mais, que na verdade não existem, pois há os reembolsos.

2º.parte:
- Diz o Doutor: Eu quando tirei contabilidade, o meu professor contou-nos uma anedota:

Um empresário precisava de um empregado que percebe-se de contas. Muitas pessoas responderam ao anuncio. Sempre que um chegava, o empresário perguntava, quanto é dois e dois?
Todos respondiam, um bocado perplexos quanto à pergunta, que dois e dois são quatro.
O empresário agradecia e dizia que depois ligava. Entretanto apareceu um, que recebeu a mesma questão, quanto é dois e dois. O empresário recebe como resposta, dois e dois são quatro, cinco, seis,... é quanto o senhor quiser.

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Eu fico.... Como muitos ficam!
Vergonha, sinto-me desprotegido neste sistema "democrático", onde em todos os sectores da vida política deste país, o que conta é jogar para os votos, em vez de dizer a verdade.

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