sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

- Padre Júlio. «Opinião sobre a democracia»

Vivemos numa época em que a mudança de partido é frequente. Umas vezes por convicção outras por conveniência. E todas estas atitudes e muitas outras se justificam à sombra da democracia que sendo, por definição etimológica, o «governo do povo», este, em concreto, «pouco ordena». E talvez não sejam inoportunas as palavras de Sismondi: «O sufrágio universal, que considera os homens como algarismos, como tantas outras unidades iguais, e que os "conta" em vez de "pesá-los", despoja a nação do que tem de mais precioso, que é a influência dos homens eminentes».
(...) Reprovo a democracia? Não! Porém, não acredito nela como «panaceia» universal ou como único regime de governo. Penso até que a democracia deve ser, mais que uma forma de governo, mentalidade generalizada dum povo nas suas atitudes e comportamentos; mais que um governo democrático, interessa um «povo democrático». De resto, não admito sistemas de «demolatria», como parecem defender certos «democratas» marcados pela apetência do poder e apoiados num indisfarçável espírito demagogo. Um povo sob o regime monárquico poderá ser mais democrático que outro sob um regime republicano.
(...) «O Povo é quem mais ordena», um estribilho com sabor a ironia.

Padre Júlio A. Massa - Trabalho e Bem-Estar

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