sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

- 15 portugueses contra 400 mouros


Os Feitos de Diu 15 portugueses contra 400 mouros

Estavamos no dia 14 de Agosto, véspera de Nossa Senhora. Dia da passada Aljubarrota. Nessa manhã em Diu, saíram da fortaleza portuguesa Lopo de Sousa Coutinho e mais um pequeno grupo de portugueses, encarregados de dar protecção à gente míuda que ia buscar água e lenha à cidade, essa já em poder do inimigo. Restava pois a fortaleza, onde os portugueses se tinham refugiado, prontos a suster qualquer ataque.

É então que se encontram no caminho alguns mouros que deambulavam por ali, longe das suas hostes. A surpresa foi total. Eis então que o grito "Santiago" é ouvido, dando sinal ao ataque dos portugueses que imediatamente investiram contra os mouros. Estes, em estado de choque, fogem, apenas para avisar os seus camaradas que alguns portugueses tinham saído da fortaleza, e pois que com pouco esforço muitos dos seus poderiam apanhar os portugueses.

Assim foi. Quase de imediato, 400 mouros saiem do acampamento aos gritos e percorrem as ruas turtuosas em direcção ao pequeno bando de portugueses. Estes, ainda mal refeitos do choque, apercebem-se da imensa desvantagem numérica que se afigurava perante os seus olhos.

Os Portugueses da Índia eram«um bando de fidalgos aventureiros e degredados», Isto dizia o 1º Vice-Rey, Francisco de Almeida. E o episódio que se segue iria-lhe mais uma vez dar razão.

Estando Lopo de Sousa Coutinho, mais os seus 14 portugueses numa pequena e estreita rua, de onde se tinha dado o encontro inicial, aparece ao fundo desta grande ajuntamento de Mouros. Ultrapassando a tentação inicial de se lançarem como loucos ao inimigo, já uma tradição portuguesa da Índia, Simão Furtado, um grande cavaleiro e homem avisado, sai de fronte dos portugueses, impedindo-lhes a passagem, dizendo:
-" Deixai-os vir, deixai-os vir! Que quanto mais se juntem e apinhem a rua, menos uso farão de suas armas! "
Pois assim foi.

Os portugueses esperaram, ombro a ombro, a chegada do inimigo em fúria. E deu-se o embate. Lanças, espadas, terçados, punhais, todos brilhavam perante a imensidão de homens que ali, naquela pequena rua se empurravam uns aos outros. Os mouros, que da sua primeira fila tinha sido empalada pelas lanças portugueses, subiam uns por cima dos outros, na ânsia de matarem um português. Nesta correria, muitos morriam espezinhados pelos seus compatriotas, outros subiam os telhados para se amandarem por cima dos portugueses, estes que, maravilha de se ver, resistiam a tudo e ainda tinham o valor de desferirem golpes de espada sobre o inimigo, um após o outro.
E se lhes faltava as armas, pois que faziam como Simão Furtado, que com as suas próprias mãos pegava nos mouros, e aos pontapés os enfiava para lá das suas linhas.

Mais uma vez se viu então como os poucos que os nossos eram, bastaram para lhes fazer conhecer como Deus primeiramente, e os lugares muitas vezes, dão a vitória a quem os conhece. Dos mouros, 30 mortos e muitos mais feridos, viram-se perante a impossibilidade de uma vitória, a escolha de uma debandada, voltando as costas aos portugueses. Dos nossos, o próprio Lopo de Sousa Coutinho que ao longo do combate esteve sempre à frente dos seus homens, encontrava-se ferido na perna esquerda, resultado de uma profunda cutilada. Mas a ordem e o desejo foi instantâneo. Pois então que os poucos portugueses puseram-se perseguindo os perros que fugiam, já arrependidos de ter entrado em batalha contra tão valorosos homens. E ainda mais tempo os perseguia, se não fosse chamarem-nos da fortaleza, que entretanto tinha se repleto de portugueses nas muralhas, assistindo com grande emoção à peleja de tão poucos contra tantos.

fonte: Utilizador Condestável ;
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